sábado, 18 de julho de 2009

Escolha

Eles libertam uma jovem possessa. Os senhores da moça se enraivecem e os acusam. Eles são condenados e açoitados. São largados em uma prisão. Pés selvagemente acorrentados, mãos atadas à parede do cárcere, corpos sujos, feridas largamente abertas. Mas o coração permanece alegre, repleto de um júbilo singular. Os demais presos não entendem, mas aqueles novos cidadãos cantam e oram com fervor. É possível do caos brotar a mais genuína expressão de vida?

Subitamente, um tremor intenso abala os alicerces do cárcere. Caem os grilhões, abrem-se as portas. “É agora! Deus se manifesta! Saiamos enquanto é tempo, antes que venha o carcereiro e nos impeça”. “Oh, glória! Silas, venha, corra! Chame os companheiros de cela. É libertação dos céus! Hoje sairemos, seremos livres! Antes que cheguem o carcereiro ou o soldado. Vamos!”

E todos dali saem, contentes, triunfantes. O Senhor os liberta das mãos do inimigo! O guardador da prisão, apavorado, desembainha a espada e a transpassa o peito, tal o desespero de ver os presos em fuga. Fiel é o Deus de Israel, justo é o Cristo crucificado! Agora todos perambulam pelas ruas e entoam louvores, dando graças pelo poder do Altíssimo hoje manifesto. Em nome de Jesus pregam e são chicoteados. Em nome de Jesus louvam e são libertos. Glória ao Senhor, Todo-Poderoso!

Não, não é assim que narra Lucas. A terra treme, os cadeados se rompem. Três passos apenas separam os prisioneiros romanos da gloriosa liberdade, dos ares esplendorosos de Filipos. O carcereiro puxa a espada e pronto está a suicidar-se, quando ouve o grito de Paulo: “Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!” Então o carcereiro, trêmulo, prostra-se diante de Paulo e Silas: “Que devo fazer para ser salvo?” Ao que eles lhe respondem: “Crê no
Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”. Naquele instante, o brado do Evangelho de Cristo ecoa no coração daquele pobre homem da lei e o enche de contentamento. Haveria maior prova da presença de Deus, do Deus vivo, do Deus sobre quem aqueles dois viajantes discursam?

O que encanta é essa decisão do apóstolo, a decisão de abdicar da liberdade em favor de uma vida. Sim, esse é o testemunho genuíno, a concretização do Evangelho do amor. Porque todos os mandamentos se resumem em um só: ama o teu próximo como a ti mesmo. Não, as condições da cadeia não eram nada humanas. Ambiente fétido, asqueroso, repugnante. Os corpos combalidos dos dois servidores de Cristo misturavam-se a todo tipo de imundície da prisão. Mas a própria vida não importa na ocasião. A liberdade pode esperar, pois há uma vida a ser salva, há um destino a ser outra vez delineado. O brado de Paulo é a mais doce sinfonia que os ouvidos do carcereiro podem contemplar. Teria o apóstolo presenciado tamanha cura se não rejeitasse o atraente convite de liberdade?

Que fique a reflexão: Capazes somos de abrir mão de nossos anseios em favor do próximo? Conseguimos nos colocar em segundo plano e alçar para o primeiro nossos irmãos? Estamos em consonância com as mensagens que anunciamos, mensagens de amor, de renúncia?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vida de adorador!



A adoração e o louvor agradáveis a Deus são os que procedem da alma, dos recônditos do ser. Ajoelhar-se diante de Deus e proferir palavras santas, lembrando insistentemente a misericórdia divina, declarando que o Senhor é santo e mui digno de ser louvado é apenas aceitável para Deus se estiver entrelaçado a uma vida de adoração. Mais que falar que Deus é bom, adorar é não usar a voz para nenhum outro propósito que não a edificação do Reino. Mais que erguer as mãos, é estendê-las ao próximo, seja ele quem for. É por isso que apenas os que nascem de novo podem adorar genuinamente!


Adoração é abrir mão do que EU SOU em favor do que ELE É!


“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”
(João 4:24)

Qual o sentido da vida?



Qual o sentido da vida?


Esse tema sempre preocupou a humanidade. Cedo ou tarde, o homem se pergunta: por que eu existo? Quem me criou? Por que estou aqui?
Então vem o momento de crise: a gente começa a buscar explicações, a cabeça dá voltas e voltas e a gente se apega, muitas vezes, a particularidades. Quero construir uma família. Quero me realizar na minha profissão. Quero ajudar outras pessoas. Todas essas coisas são louváveis, mas são apenas detalhes.


Quando não compreendemos o motivo maior para que vivemos, acabamos correndo atrás do vento e vivendo só por viver. A gente preenche a vida com coisas superficiais, com objetivos menores. Quando você montar uma bela família, for um ótimo profissional e ajudar muitas e muitas pessoas, pode pensar: e agora? Esse é o maior drama das pessoas de meia-idade, que construíram boa parte do que queriam e agora se perguntam: o que eu vou fazer a partir daqui?


Nós somos jovens, temos agora a oportunidade de refletirmos sobre isso e, se necessário, podemos alterar o rumo de nossas vidas. Mas não seremos jovens a vida inteira... Veja o que a Palavra de Deus nos fala a respeito da efemeridade da vida:


“... nossos dias sobre a terra são como a sombra” (Jó 8:9)


“(os homens) são como o sono; como a relva que brota ao amanhecer, germina e brota pela manhã, mas à tarde murcha e seca” (Salmo 90: 5-6) Moisés


“O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa” (Salmo 144:4) Davi


Como vimos, a vida é breve... e ÚNICA! Então precisamos pensar bastante sobre que rumo queremos que ela tome. Não adie essa reflexão. Não espere para pensar nisso depois de certa idade, porque pode ser tarde...


Qual a razão de viver? Por que motivo você está aqui?


Eclesiastes é um livro da Bíblia escrito por Salomão, tido como sábio pelo povo de Deus. Salomão passa a vida inteira se perguntando qual a razão de existir. Ele procura o sentido da vida nas mulheres, nos banquetes, nas festas, na riqueza, na juventude, no sexo..., entra em “crise” por não encontrar validade em nada e termina dizendo que tudo é vaidade. No último capítulo de Eclesiastes, Salomão conclui, com base em todas as suas experiências e decepções:


“De tudo o que foi dito, a conclusão é esta: tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos, porque foi para isso que fomos criados”. (Eclesiastes 12: 13).


Você é obra de Deus! A sua vida é um presente de Deus! E você precisa dele para erguer QUALQUER COISA durante a vida. Se não for assim, você corre o risco de perder tudo... Observe o que o salmista diz:


“Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmo 127:1).
(Mateus 7:24-27)


O convite hoje é para que você reveja as suas prioridades, aquilo a que você destina a sua atenção, seus esforços. Como está a sua vida? Como está o seu relacionamento com o Pai? Quando nos entregamos completamente aos cuidados de Deus, vemos mudanças maravilhosas acontecerem! Viver segundo o propósito do Senhor não é uma prisão. É libertação! Em João 10:10, Jesus nos diz:


“... eu vim para que vocês tenham vida e a tenham em abundância”.


Em Jesus, somos alimentados, porque ele é o pão da vida. Em Jesus, somos saciados, pois ele é a água da vida, fonte inesgotável. Nele, somos renovados todos os dias, porque ele é especialista em fazer novas todas as coisas. Por que, crendo num Deus tão grande, muitas vezes levamos uma vida tão pequena???

Que o Senhor nos ajude a viver plenamente o propósito para que fomos chamados!
Até a próxima!

Às portas de Damasco



Jesus de fato revoluciona a vida, transforma a história, produz metanoia. Olhemos para Paulo (Atos 9). Bastou o rosto trombar em terra e a luz ofuscante cegar-lhe a vista que o mais temível lobo assume-se cordeiro. O terrível fariseu, o radical doutor da lei agora veste a camisa do Nazareno e impõe a bandeira do Evangelho. Dez segundos de encontro com o Cristo crucificado e o resultado é um Saulo convertido, renascido, intimamente restaurado. Bastaram dez segundos para o castelo de certezas e preceitos edificados ao longo de trinta anos ruir como um singelo casebre.

Que outro Deus é capaz de tamanho feito? Quem senão Jesus pode implodir as muralhas do ser e edificá-las outra vez, agora firmadas na Rocha? Cristo divide a história, constrói um novo começo – “Importa-vos nascer de novo” – e separa a linha do tempo paulina em antes e depois de Damasco. Quem imaginara que o mais ávido crítico do Cristianismo redigiria 13 epístolas dando graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor? “Porque, para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro!” – Saíra isso realmente da boca de Paulo? Sim, Cristo é mestre em virar o joga da vida!

“porque para Deus tudo é possível”
(Mateus 10:27)